terça-feira, janeiro 27, 2009

Ver como o artista!

Ainda não amanheceu, e eu estou tomando o meu café, penso sentado neste sofá que tipo de personagem encarnarei hoje. Lembro-me dos tempos de teatro, lembro-me do método Stanislavski, lembro-me do vagabundo Chaplin, lembro-me da minha filosofia de vida...

Na vida agente representa, no teatro agente vive!


Carlitos soube exatamente o que isso queria dizer. Porque digo isso? Simplesmente porque hoje representamos mais do que verdadeiramente vivemos e realmente somos. Representamos, em casa, no trabalho, na faculdade, na felicidade, na tristeza, na dor, no amor; e.... quando vivemos mesmo?

Não quero parecer cético escrevendo essas coisas, mas acredito que estamos com os papéis trocados. Mas já que isso aconteceu, quero então aprender a ter a visão, a sensibilidade, a devoção dos artistas na composição de cada um dos meus personagens. Quero as cores de Almodóvar, a pureza de Carlitos, o impressionismo de Monet, a música de Mozart e Bethovem.

Quero ver como um artista vê. Desejo ser um observador não em cima de um tablado, ou palco, mas da vida real.
Anseio concentrar todo o meu ser em qualquer coisa que atraia a minha atenção. Olhar para um objeto não como qualquer passante de mente ausente, mas de forma penetrante. Me relacionar com a vida, com a natureza, com o meio que vivo. Ser uma pessoa incomum!

As pessoas comuns não tem idéia de como observar a expressão facial, o olhar; o tom de voz, para compreender o estado de espírito das pessoas com quem conversam.
Elas captam ativamente as complexas verdades da vida, nem escutam de modo que possam compreender o que ouvem.

Se pudessem fazer isso, a vida, para elas seria melhor e mais fácil, e seu trabalho, idéias e relações, mais criativas e incomensuravelmente mais ricas, melhores e mais profundas...
Como ensinar as pessoas que não observam, a perceber o que a natureza e a vida estão tentando lhe mostrar? Antes de tudo, elas precisam ser ensinadas a olhar, ouvir e escutar o que é belo....

Nada na vida é mais belo do que a natureza, e ela deveria ser objeto de constante observação, mesmo o seu lado mais escuro, é importante não evitá-lo. Procurar por ele nos pântanos, no lado dos oceanos, em meio às pragas de insetos..., e lembrar de que por detrás desses fenômenos há beleza, exatamente como o amor há desamor.

E por fim, quero aprender a dizer com os meus olhos o que muitos não conseguem expressar em palavras! Muito prazer, sou Fabrício, ou apenas um artista!

3 Comenta aí po!:

Larissa Gonçalves disse...

Fiquei pensando e resolvi usar de palavras de Bob Marley:

É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido, mas desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado pela vida.

Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida...

Ayres. disse...

Nossa, ficou muito bom o texto. De verdade. Concordo acho que plenamente, com ele.
Até mais!

Fabrício Sales disse...

Valeu Ayres!