sábado, abril 24, 2010

Falsa Consideração

Ah, esses dias algo engraçado ocorreu comigo, alguém me procurou e nada melhor do que essa música do Marquinhos Santana para ilustrar.
Não é nada pessoal.

Agora eu sei
Que o amor que você prometeu
Não foi igual ao que você me deu
Era mentira o que você jurou

Mas não faz mal
Eu aprendi que não se deve crer
Em tudo aquilo que alguém nos diz
Num momento de prazer ou de amor

Mas tudo bem
Eu sei que um dia vai e outro vem
Você ainda há de encontrar alguém
Pra lhe fazer o que você me fez

E aí, na hora do sufoco sei que você vai me procurar
Com a mesma conversa que um dia me fez apaixonar
Por alguém de uma falsa consideração

E aí, você vai perceber que eu estou numa boa
Que durante algum tempo fiquei sem ninguém
Mas há males na vida que vem para o bem

sexta-feira, abril 16, 2010

Aos amigos

A todos os amigos que por aqui passam, a todos os amigos que nos são presentes, a todos os amigos que durente um período do tempo - longo ou curto - vão passando. Permitam-me que vos diga que me fazem bem, ... que me sopram brilho para os meus olhos... que me fazem sentir abraçado, mesmo quando a única mão que me toca o rosto é a minha.

Os amigos nos fazem um bem ágape. Multiplicando sempre as alegrias e dividindo as tristezas. E por aqui faço-lhes uma singela homenagem.

«Em cada palavra tua, amigo(a),
em cada sílaba acariciada pelos teus dedos,
há uma semente de voo de vento sagrado...
E o meu sorriso de ilha sem barco,
faz-se presente, cascata, ri(s)o ondulado,
doce onde era salgado....»

Obrigado!!!

quinta-feira, abril 08, 2010

NUMA RENDA FINA QUE SE DESFAZ AO TOQUE...


Esta palavra AMOR

Ousadia pronunciá-la, sobretudo quando somos os primeiros a afirmar 'Não sou a pessoa mais indicada para falar dele neste momento...'. Não sou, sei-o. Do amor verdadeiro, despojado de tudo, intenso e brutal, que com beijos se torna profícuo, triunfal, capaz de transportar montanhas e despertar cidades adormecidas.

É através desse amor que se desfazem laços, se voltam páginas e se viram costas. Abrem-se novas esperanças, esfarrapam-se vidas, trocam-se destinos, tecem-se sonhos, linha por linha, numa construção nem sempre pacífica, mas, paciente, demorada, que envolve e progride entre risos e lágrimas emoldurando uma história feita de instantes, feita de imagens tantas e tantas vezes, na essência, desfocadas.

É através desse amor, tão comum e tão singular, que o sol dá lustro ao dia e a lua enfeita o seu espaço no céu, o acordar é mais leve, o adormecer mais sentido, os nossos passos elevam-nos e as palavras rodopiam, loucas, numa eterna ânsia de recomeço.

Sutil quando chega, destemido e poderoso, denuncia-se no olhar inundado de brilho, entrega-se em duelos, fulmina em cada demanda e redime-se no perdão.

Etéreo. Diáfano. Sensível. Numa renda fina que se desfaz ao toque.

Chega, em espelho. Esse amor refletido baila no ar, numa verdade líquida e transfigurada porque é nosso, só nosso.

Ele repousa em cada segundo que deixamos por aí ao som do ar, ao toque da areia fina, a fluir sem sentido, sem rumo, num acaso encantado. Esse amor tão verdade, dádiva tão profunda e só, que desajeitadamente misturamos com tudo.

Chamam-lhe ternura, chamam-lhe cumplicidade, chamam-lhe amizade, chamam-lhe sexo. Dá por todos esses nomes, camuflado, a nosso gosto lá está, a confundir e a baralhar, a fazer batota e a esgueirar-se, escondendo-se disfarçado.

Mascarado de prazer, mascarado de dor, mascarado de paixão, mascarado de nada e, tanto faz, o amor sabe o que é. A correr veloz, surpreendendo-nos com a pressa ou, em câmara lenta, no reviver continuado de todos os takes.

Não importa o nome, a categoria. Quando chega reconhecemo-lo na alegria, na intimidade, na serenidade, na euforia. Sussurra e grita na nossa alma, dura e perdura nas nossas mãos, profetiza...

O amor impõe-se.

Não há dia nem noite que o apague, não há maré que o arraste, nem rochedo que o arrase. Forte como o vento, vulnerável como as nuvens, simples, tão simples que não há também palavra que o dite e já tantas correram o mundo e já todos doutrinaram sobre ele.

Mas, nenhuma palavra é tão pouco, ou tão tanto, que lhe baste.

A linguagem do amor... esse poder inabalável que transfigura e regenera, ameaça e corrompe, reconcilia e comove...

...e até acreditamos nele. Até acreditamos.