sexta-feira, setembro 24, 2010

Não acredito no Deus que os homens fizeram...


Queria começar esse texto comentando que Saramago* questiona Deus como o conhecemos, mas seria minha maneira hipócrita de omissão. De atribuir a ele responsabilidade e culpa. Livrar-me de algum fogo infernal, de todos os males, amém.

Aprendi desde muito pequeno, entre orações, e algumas músicas – “... minha culpa, minha culpa, minha culpa”, a não duvidar, a temer. Mas a idade do questionamento veio cedo. Não precisei de muito tempo para entender que meus mestres de escola bíblica e pastores não podiam me ensinar nada sobre deuses humanos. Sobre guerras santas, sobre escrituras bíblicas pregando um deus vaidoso e vingativo.

- Abrãao, oferece teu filho, Isaac, em sacrifício, como farei com o meu.
- Pelo teu erro, Eva, darás a luz com dor e serás submissa a teu homem.

Que grandes pecadoras são essas mulheres modernas, esses homens, inventores de facilidades para o que deveria ser eternamente penoso.

Ao darmos à luz, deus, o amaldiçoamos com a natureza humana e o tornamos tão frágil e mortal que nos reconhecemos nele. Podemos chamá-lo de pai, consentir a própria condenação.

Perdoem-me, também aprendi a não discutir religião, a respeitar as escolhas individuais, mas é por essa liberdade de livre escolha que preferi não pregar mais nos púlpitos a fé de meus mestres; professores e pais (minha mãe que se escandaliza agora com o que não a faço compreender).

A minha escolha não me tornou herege, ignorante da complexidade que sou; impossível de qualquer invenção humana capacitada apenas para geração de deuses.

Não Creio no Deus que os homens fizeram, Creio no Deus que fez os homens.


José Saramago (16 de Novembro de 1922 — 18 de Junho de 2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa
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domingo, setembro 05, 2010

A VOZ DO SILÊNCIO*

Pior do que a voz que cala, é um silêncio que fala. Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: “Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!”
É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho.
Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba, é aquele que fala. E fala alto.
É quando ninguém bate à nossa porta, não há emails na caixa de entrada não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim, você entende a mensagem.

*Dizem que o autor não é identificado, mas eu acredito ser da Martha Medeiros, pois já li algo dela nesse sentido!

sexta-feira, setembro 03, 2010

Carta para um amor Presente

Não te negues. Não te negues aos meus dedos, nem te faças improvável ao meu toque. Os meus olhos só admiram a beleza do teu rosto e o meu abraço anseia quebrar-se em ondas sobre ti. O sopro do sussurrar o teu nome atrai os pássaros da saudade pelo que serás para o meu peito. A tua ausência atravessa a noite em cada hora e mantém-me cativo e desperto, sempre alerta e inteiro. Sinto-me a eterna espera, a eterna véspera do teu abraço. E sou teu, mesmo antes de saber-te. Mesmo que nunca me saibas. Sou teu em detalhes mínimos, nas latências, nas grandezas, nos desvarios e indecências. Então, vem... despe o medo, arranca a venda dos olhos da memória. Volta os passos, apaga o tempo. Reinventa o sonho e faz amanhecer o meu olhar.

domingo, julho 25, 2010

Aff

Tem um tempão que não posto nada por aqui, mas é por falta de tempo mesmo.
Hoje resolvi escrever um desabafo, por esse meio de comunicação como forma de exprimir aquilo que estou pensando no momento.

Nesse momento estou com muita raiva, ODEIO pessoas limitadas, odeio mentes fechadas, odeio pessoas ipócritas que olham para os outros e esquecem de olhar pra si próprio. Vou reproduzir o diálogo que me deixou furioso.

__ Tu vais viajar com agente?
__ Vou sim, mas não sei se até lá estarei sozinho
__ po tem que ver, você esta namorando?
__ Não... porque?
__ Po se tu for namorar ve se namora uma da igreja, já viu que de fora não dá...
__ Como assim? Preconceito?
__ (outra pessoa) Cara decide se vc vai ou não, porque temos que dividir tudo, ah... e se você for acompanhado, ninguém vai aceitar que você durma com ela na casa!
__ Ãhm....., vou embora!

Talvez muitos não entendam, mas o que me deixou irado é o fato do preconceito e o lance de que as pessoas que recriminam a outra, e fazem um monte de besteiras, mas se julgam santas. Enquanto que o outro só não é casado e não esta na mesma vibe que eles...

Vai entender!

sexta-feira, junho 18, 2010

Saramago

"Não precisei ler o Paulo Coelho. Uma boa doença vale por toda obra do Paulo Coelho" Grande Saramago sendo entrevistado em novembro de 2008 quando lançava no Brasil a sua óbra a Viagem do Elefante.
Nessa entrevista ele falava sobre a serenidade.
Deixará saudades...

"A lucidez naquele grau é um privilégio de poucos, não consigo escapar do clichê, mas definitivamente o mundo ficou ainda mais burro e ainda mais cego hoje".

Concórdo plenamente com a frase do querido Fernando Meirelles

quinta-feira, junho 10, 2010

Cartas a um Amor Futuro 2

Ele abraçou as palavras e a seguir despiu-as, letra a letra, devagar, como barcos vermelhos que lhe saíam dos dedos. Em silêncio. Como um ser alado da noite. Criatura onírica, transparente, indizível e único. Trazia no espelho do olhar todas as homens que ousara ser. Olhou-a de frente, como se olhasse para a estrela da manhã, e murmurou-lhe:
'- E pela última vez te contarei como uso as asas em noites de paixão. E pela última vez te segredo que fui anjo de papel colorido e fui menino com tranças em frágeis laços de papel de lua e fui noivo em moldura de flor de laranjeira e fui palhaço de rábulas surrealistas e delirantes e fui principe de povos mágicos e dolorosamente reais e fui pérola tão impossível de tão puro e fui segredo em silêncio de mulheres proibidas e fui homem em chamas vestido de negro e fui jardim onde repousas as ternuras que não confessas e fui jóia que usaste ao peito como medalha e fui capitão para que tu fosses sereia e fui pirata para que usasses o tesouro que era meu. E hoje, meu amor, desejo apenas que digas o meu nome...'

sexta-feira, maio 21, 2010

És o poema...

Em mim, moras tu. Moras na sede da minha pele, e nela te sacias, repousas e renasces. E em cada segundo... a cumplicidade do olhar, onde nos deitamos, num prazer absoluto. Sem vergonhas nem vertigens. Em mim, moras tu. Segredam-me ventos os teus segredos. Agita-se a tua alma nos meus poros. Desassossega-me o teu corpo, que sei as margens transbordantes, as fases crescentes e as marés vivas. Olho a página em branco e não escrevo. Hoje não te escrevo uma carta, amor. És o poema. E estás em mim.



E o resto, o resto não importa.

Sorrio...

quinta-feira, maio 13, 2010

Puxei-te para os meus olhos...

Hoje, com palavras límpidas,
ondulei as linhas de luz
na água da tua vida.

Peguei-te pela mão,
Puxei-te para os meus olhos.

Amanhã, com palavras renovadas,
quero murmurar-te, como quem sorri,
que em ti encontrei o segredo,
a chave de cristal
dos sons que aqui escrevo.

Pegando-te no espanto
de um amor não esperado,
convido-te a ficares em mim.

sábado, abril 24, 2010

Falsa Consideração

Ah, esses dias algo engraçado ocorreu comigo, alguém me procurou e nada melhor do que essa música do Marquinhos Santana para ilustrar.
Não é nada pessoal.

Agora eu sei
Que o amor que você prometeu
Não foi igual ao que você me deu
Era mentira o que você jurou

Mas não faz mal
Eu aprendi que não se deve crer
Em tudo aquilo que alguém nos diz
Num momento de prazer ou de amor

Mas tudo bem
Eu sei que um dia vai e outro vem
Você ainda há de encontrar alguém
Pra lhe fazer o que você me fez

E aí, na hora do sufoco sei que você vai me procurar
Com a mesma conversa que um dia me fez apaixonar
Por alguém de uma falsa consideração

E aí, você vai perceber que eu estou numa boa
Que durante algum tempo fiquei sem ninguém
Mas há males na vida que vem para o bem

sexta-feira, abril 16, 2010

Aos amigos

A todos os amigos que por aqui passam, a todos os amigos que nos são presentes, a todos os amigos que durente um período do tempo - longo ou curto - vão passando. Permitam-me que vos diga que me fazem bem, ... que me sopram brilho para os meus olhos... que me fazem sentir abraçado, mesmo quando a única mão que me toca o rosto é a minha.

Os amigos nos fazem um bem ágape. Multiplicando sempre as alegrias e dividindo as tristezas. E por aqui faço-lhes uma singela homenagem.

«Em cada palavra tua, amigo(a),
em cada sílaba acariciada pelos teus dedos,
há uma semente de voo de vento sagrado...
E o meu sorriso de ilha sem barco,
faz-se presente, cascata, ri(s)o ondulado,
doce onde era salgado....»

Obrigado!!!

quinta-feira, abril 08, 2010

NUMA RENDA FINA QUE SE DESFAZ AO TOQUE...


Esta palavra AMOR

Ousadia pronunciá-la, sobretudo quando somos os primeiros a afirmar 'Não sou a pessoa mais indicada para falar dele neste momento...'. Não sou, sei-o. Do amor verdadeiro, despojado de tudo, intenso e brutal, que com beijos se torna profícuo, triunfal, capaz de transportar montanhas e despertar cidades adormecidas.

É através desse amor que se desfazem laços, se voltam páginas e se viram costas. Abrem-se novas esperanças, esfarrapam-se vidas, trocam-se destinos, tecem-se sonhos, linha por linha, numa construção nem sempre pacífica, mas, paciente, demorada, que envolve e progride entre risos e lágrimas emoldurando uma história feita de instantes, feita de imagens tantas e tantas vezes, na essência, desfocadas.

É através desse amor, tão comum e tão singular, que o sol dá lustro ao dia e a lua enfeita o seu espaço no céu, o acordar é mais leve, o adormecer mais sentido, os nossos passos elevam-nos e as palavras rodopiam, loucas, numa eterna ânsia de recomeço.

Sutil quando chega, destemido e poderoso, denuncia-se no olhar inundado de brilho, entrega-se em duelos, fulmina em cada demanda e redime-se no perdão.

Etéreo. Diáfano. Sensível. Numa renda fina que se desfaz ao toque.

Chega, em espelho. Esse amor refletido baila no ar, numa verdade líquida e transfigurada porque é nosso, só nosso.

Ele repousa em cada segundo que deixamos por aí ao som do ar, ao toque da areia fina, a fluir sem sentido, sem rumo, num acaso encantado. Esse amor tão verdade, dádiva tão profunda e só, que desajeitadamente misturamos com tudo.

Chamam-lhe ternura, chamam-lhe cumplicidade, chamam-lhe amizade, chamam-lhe sexo. Dá por todos esses nomes, camuflado, a nosso gosto lá está, a confundir e a baralhar, a fazer batota e a esgueirar-se, escondendo-se disfarçado.

Mascarado de prazer, mascarado de dor, mascarado de paixão, mascarado de nada e, tanto faz, o amor sabe o que é. A correr veloz, surpreendendo-nos com a pressa ou, em câmara lenta, no reviver continuado de todos os takes.

Não importa o nome, a categoria. Quando chega reconhecemo-lo na alegria, na intimidade, na serenidade, na euforia. Sussurra e grita na nossa alma, dura e perdura nas nossas mãos, profetiza...

O amor impõe-se.

Não há dia nem noite que o apague, não há maré que o arraste, nem rochedo que o arrase. Forte como o vento, vulnerável como as nuvens, simples, tão simples que não há também palavra que o dite e já tantas correram o mundo e já todos doutrinaram sobre ele.

Mas, nenhuma palavra é tão pouco, ou tão tanto, que lhe baste.

A linguagem do amor... esse poder inabalável que transfigura e regenera, ameaça e corrompe, reconcilia e comove...

...e até acreditamos nele. Até acreditamos.

terça-feira, março 23, 2010

Bons momentos


Hoje, os meus momentos dourados têm cores novas que o tempo pintou.

E muito do que foi o meu ouro vejo-o com luz diferente, e um outro olhar também.

A alquimia do tempo transformou-o em nostalgia e carinho, mais nada...

Mas, às vezes, sinto-me de novo com a idade mágica, metade de mim!

Transporto-me à época em que percebi que a vida estava ali mesmo à minha espera!

Acreditava que só poderia ser muito feliz, que ia continuar igual, fiel àqueles amigos e que em nada ia ceder à dita vida.

Se calhar... se calhar nem cedi... só adormeci um bocadinho.

Continuo a acreditar na vida. Forte, bonita...

E na maneira como uma mão que nos acaricia o cabelo pode mudar tudo.

Continuo a acreditar, sim...

Conservo a maneira de dar as mãos, de olhar nos olhos, de corar ou sorrir...

E creio que isto será definitivo...

Com 18 anos, tinha momentos de solidão e saudades do «meu» mundo. Como agora.

Tinha tudo. Ou queria. Pelo menos sonhava com tudo e com o resto.

Com os passeios a dois apesar do frio.

Foram anos em que até a malícia era inocente... como hoje!

Devagar, avancei. Achava tudo formidável.

Mesmo quando os amores morriam, havia outros encantos...

Quando recuperava, a capacidade de me apaixonar era ainda com mais força!

A paixão deixava-me longe do mundo e embarcava em emoções, que à partida sabia impossíveis.
Mesmo assim apostava!

Às vezes, pelo menos por dentro, ganhava.

E hoje também...

sábado, março 20, 2010

A menina Ana Clara



Domingo, 14 de Março de 2010 às 10:32 da manhã meu telefone tocou.
Do outro lado da linha minha prima Ana Clara, essa da foto, ela tem apenas sete anos.

__ Alô! Oi Fabrício, tudo bem?
__ Oi Ana, tudo bem sim e você?
__ Tudo bem também! Fabrício, fiz um poema e é pra você colocar na internet, no seu blog.
__ Ah é? e Cade? Ta aqui, vou falar pra você, mas depois vem aqui na minha casa pegar.
__ Ta Bom.

Atendendo a seu pedido aí esta a poesia:

A Menina Ana Clara
Sou Ana Clara
Sou bonitinha
Com cabelos castanhos
Igual a uma bonequinha
...
Gosto de brincas, andar e
Sou feliz com todos
Da minha família.
...
Vou para a escola
Estudar, brincar e merendar
Depois vou pra casa descansar
...
Fim do poema Ana Clara!
rsrsrsrsrsrs, Salve as crianças, rssrsrsrsrs

segunda-feira, março 15, 2010

BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Grande Machado de Assis

sábado, março 13, 2010

Sonhos, casamentos e mãos dadas.

Não sei porque, mas tive vontade de desabafar algo por aqui hoje.

Todos nós temos sonhos, não é verdade? Alguns sonham coisas incriveis, outros coisas pequenas, mas são sonhos e não podemos desmerecê-los.
Eu tenho apenas dois, acredito eu... que é me casar e ter filhos, o restante são metas a serem alcançadas.
Hoje eu serei padrinho do casamento de um amigo, por sinal agora, eu serei o último do grupo solteiro, os outros todos estão casados.

E ainda hoje fui buscar o meu carro na oficina, e de tantos ônibus que eu poderia ter pego, entrei logo em um que encontri duas colegas do ginásio. A surpresa foi agradável, mas logo vem aquela fatidica pergunta...
__ E aí já casou!
A resposta foi: __ um "ainda não, mas logo estarei!"

Ao descer do ônibus demos um "Até breve!" E um "muito bom revêr-nos."
Depois disso fiquei pensando tantas coisas, até mesmo no Drummond em seu poema "Mãos dadas"
Pensei também na Mynha Flor, sim tenho uma flor que me escuta sempre e me dá ótimos conselhos, lembrei que há uma semana haviamos conversado sobre isso, e da vontade que tenho de ter uma casa, com a minha esposa, e poder acordá-la com um beijo e dizer-lhe um gostoso bom dia, servi-lhe café na cama as vezes e poder preparar-lhe algo para deliciar-mos juntos.
Poder contemplar seu sorriso ao amanhecer e seu brilho dos seus olhos refletidos no mar a luz do luar.... são sonhos, não são ilusões.
Nem sei se percebem, mas meus olhos enchem-se de lágrimas ao pensar em tais coisas....

Meus amigos casaram-se praticamente com a primeira namorada, ou namorado no caso das meninas... eu não, preferi seguir outro rumo, mas não fui e nem sou um cara sacana, sempre quis pensei até que também casaria com a primeira namorada, mas não!
Não sei se o problema está comigo, minhas relações foram efêmeras, mas porque? Sempre procuro ser generoso, procuro sempre dar flores (orquídeas, pois são minhas preferidas), chocolates, e procuro eternizar os momentos em versos, vencer obstáculos juntos, mas acho que isso não esta sendo o suficiente.

A última que pensei foi em deixar o Divino tirar mais uma costela, quem sabe assim eu não chegue ao meu sonho... rsrs, não isso é bobeira!

Como diria o mestre Drummond, "Estou preso à vida e olho meus companheiros, estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças."

Enquanto o sonho não se torna realidade "não fugirei para ilhas"... aguardarei com paciência, darei tempo ao precioso tempo, afinal esta "é a minha matéria, o tempo presente,...a vida presente.

E também "não serei o cantor de uma mulher", mas da mulher, contarei sim histórias, e por que não dar suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela?

Caminharei só até encontrar quem possa ir de mãos dadas.


quinta-feira, março 11, 2010

Conversa de Van

__ Nossa viu no jornal? O Shop ta caindo
__ É mesmo?
__ Sim de na televisão e tudo. O senhor viu também?
__Vi. Passou na TV X.
__ Pois é né, aqui demorou tanto pra ter alguma coisa e quando tem acontece isso.
__ Quem ta denunciando são os próprios funcionários. Eles estão se escondendo na televisão.
__ É mermo[sic]? Lá é tão bão, meu neto vai lá brinca, minha mora leva meu neto pra lá brinca direto.
__ uhum!
__ Eu só fui três veze [risos]!
Eles estão dizendo que vão concertar, mas tem tanta gente la dentro. O certo era fecha as loja tudo e ageita, né?
__ É, mas ninguém qué perde.
__ Ah é só falar com o Wagner Montes!

segunda-feira, março 08, 2010

Parabéns mulheres

"Mulher virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu valor muito excede ao de jóias preciosas." Provérbios 31.10.

Acredito que esse verso bíblico diz tudo sobre as mulheres de todo o mundo. Aquelas que lutam com sacrifício para cuidarem dos seus filhos, para romper preconceitos, que se sacrificam por um ideal, que procuram sempre dar o melhor de si.

Parabéns a todas vocês!!!

terça-feira, março 02, 2010

Frase do dia

Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino.
[ Fernando Sabino ]

domingo, fevereiro 21, 2010

DEBAIXO DOS MEUS SILÊNCIOS...

Há quem escreva pela arte, pela linguagem que lhes nasce da genialidade (a minha escorre-me dos dedos), pela literatura. Esses, sim, são os escritores, os poetas. Eu só escrevo para acariciar. As palavras, uma memória, a mim mesmo. E porque eu tinha que encontrar um modo de alongar os braços. E anular distâncias. E encontrar os pássaros sem medo de ir. Há muitas distâncias em mim (e uma enorme timidez). Há quem escreva grandes textos, grandes 'posts', grandes obras. Eu só escrevo bilhetinhos, onde as vírgulas são os meus olhos, e a seguir escondo-os, com todo o cuidado, debaixo dos meus silêncios. Por isso ninguém me lê...

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

PORQUE HOJE RENASÇO UM POUCO...

27 anos... com mãos plenas de afeto... olhos profundos de água... e a certeza de que quero e ainda vou ser muito feliz...

Porque hoje renasço um pouco... como em todos os 12 de Fevereiro...

Obrigada mãe e pai, por me terem desejado e me terem deixado nascer... há muitos carnavais atrás.

Obrigada aos amigos que se lembraram desta data e hoje me mimaram...

Bem-Vindo meu novo ano de vida... com muitos, muitos momentos felizes!!!

"De tudo, ficaram três coisas: A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar....
Portanto devemos: Fazer da interrupção, um caminho novo ...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro..."
[ Fernando Sabino ]

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

* Casa no campo


Minha mais singela homenagem:

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais
*Composição: Zé Rodrix e Tavito

sexta-feira, janeiro 29, 2010

AMOR e desAMOR

Todos...
Todos nós esperamos que o AMOR nos aconteça e nos envolva e nos torne naqueles seres especiais, iluminados, de que milhares de canções, de poemas e de palavras soltas falam. Acreditamos que o Amor é redentor, que tudo limpa, recicla: os encontros e desencontros na vida, que nos abriram feridas e deixaram cicatrizes... os desamores.

Acreditamos que o Amor é o sentido último de todas as coisas e nele encontraremos refúgio e abrigo, tranquilidade e emoção, uma casa no cimo de uma falésia contemplando a vida e um abraço quente e feliz.

Acreditamos que o Amor é corporalizado, que vive numa outra pessoa que tem um toque mais doce, um encaixe mais compatível, um olhar em que se pode mergulhar, um sorriso que nos devolve a serenidade, a confiança e a convicção de que tudo vale a pena.

Acreditamos que o Amor é perene, intenso, grandioso e incondicional.

Do Amor fazemos o lugar derradeiro da esperança e da celebração da vida.
É ele que esperamos, é ele que nos dará brilho, é ele que nos endeusará e nos fará conhecer a transcendência.

Do Amor, esse estado de graça, essa loucura privada... espera-se tudo.

Parece que o Amor, esse imenso Amor a que se aspira, que tudo justifica... é mesmo mágico.

Esperamos, todos, ser envolvidos nessa magia. Mesmo que por um breve e (e)terno momento.

Esperamos...

quarta-feira, janeiro 20, 2010

A CAIXINHA DA CONFIANÇA CEGA...

É perturbador encontrar um amigo íntimo que nos desleixou a amizade. Porque a velha química de novo se põe em marcha e a conversa flui. Como se não passasse do capítulo seguinte num livro feito de muitas noites, bastantes copos, alguns amores e duas pessoas a céu aberto. Mas não é verdade. O coração abre-se; como ele o caixote das recordações e a caixa dos afetos. Mas a caixinha da confiança cega, no interior de todo o resto, permanece intransigente. A chave apodreceu, de tanto esperar...

É muito bom o reencontro! Mas se voltarmos a viajar juntos cada um dormirá no seu quarto. E encontrar-nos-emos de manhã, na sala do pequeno-almoço, como os excursionistas japoneses, delicados e munidos das suas máquinas fotográficas. Porque a amizade, quando mostra as garras, furiosa por ter sido desperdiçada, pode revelar-se bem mais severa do que o amor.
(Júlio Machado Vaz - médico português)
_______________*________________

Discordo com essa teoria.
Por vezes, Júlio, por vezes... a caixinha da confiança cega implora que a abramos... e, nas nossas mãos vazias, refaz-se a chave...

Por vezes, Júlio, por vezes... a saudade agarra-se à pele como uma medusa. Quando pensamos que já não está lá, o ardor escarlate leva-nos à sua presença. E nós, súbditos da memória, insistimos em não aceitar o que já está escolhido. Ninguém esquece só porque lhe apetece, ou porque deveria ser assim.

Há chaves que nunca apodrecem, nunca se perdem.

São essas que nos seguram à vida. Com um sorriso, como quando se chega a um cruzamento de delícias... onde todos os caminhos vão dar ao abraço do reencontro incondicional.
A Amizade, Júlio, a amizade tem asas especiais, capazes de voar para trás.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Sou Professor, sou historiador

Não foi 11 de setembro a minha colação como eu queria, mas ocorreu no 11 de janeiro.

E como eu disse no meu discurso, é fui o orador da turma rsrrs, nas palavras do pastor Martin luther King: “Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito... Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos ser, graças a Deus, não somos o que éramos.” E seremos ainda melhores amanhã.
VALEU... Valeu o sorriso nos corredores. Valeram as discórdias, as críticas, os abraços e as vezes que tivemos de nos afastar. Valeram as novidades, os conhecimentos obtidos, os prazeres e as dores que tivemos. Valeram os filhos que vieram, os amores que também vieram e os amores que se foram. Agora, planta entre nós, como sempre faz o tempo, os indícios de uma separação. Levaremos de todos as lembranças da convivência, os mistérios do que não se revelou e o desejo de reencontros. Que o sucesso seja para cada um a ponta de um emaranhado de possibilidades, que já vemos surgir. Hoje somos um pouco das coisas boas de cada um de nós.

terça-feira, janeiro 05, 2010

Não tenhas medo...

Não tenhas medo de voltar a acreditar. Tristes são os fins, nunca os inícios. O Amor, não o temas. Ele é espada afiada, mas não contra ti. Pousa a tua mão, devagar, sobre o respirar da noite e sente, no silêncio, entre ecos de luas azuis, os nomes que te desenham as memórias: um poema, uma canção, uma cidade, um rio, uma cor, um mês, um abraço. Nomes. Em ti. Como uma rede de veias nas ruas do teu corpo. A vida nunca foi só inverno, lembras-te? Nunca foi só bruma e desamparo. Se bem que chova ainda, não te importes, não tenhas medo. Ousa. É a tempestade que faz ruir os muros. Deixa o teu coração ser solo sagrado para um amor-perfeito. Como um poema açucarado bebido num beijo. Hão-de pedir-to quando chegar o tempo das cerejas e das amoras. Ou antes. Não tenhas medo de voltar a acreditar... e sopra-me ao ouvido o que responderias se te dissesse 'Eu acredito...', com a certeza dos veleiros que levam os sonhos para o mar.