sábado, janeiro 31, 2009

Mesmo assim dormimos!

Tem alguns filmes que estão na minha lista de lições que você aprende pra vida toda. E um deles é "Sociedade dos Poetas Mortos". Obra fabulosa que tem Robin Williams como protagonista, o que em minha opinião, dispensa comentários.
Uma das cenas que me chama a atenção ficou de fora da edição final, mas que pode ser vista através dos extras do DVD. Espero que gostem! Ah só pra lembrar, é uma poesia.

Sonhamos com o amanhã, e o amanhã não vem
Sonhamos com a glória, que não desejamos
Sonhamos com um novo dia, quando este já chegou
E fugimos da batalha, uma que deve ser enfrentada
.
Mesmo assim dormimos
.
Ouvimos a chamada, mas não a escutamos
Esperamos pelo futuro, quando não passa de planos
Sonhamos com a sabedoria, da qual fugimos diariamente
Oramos por um salvador, quando a salvação está em nossas mãos
.
Mesmo assim dormimos
Mesmo assim sonhamos,
Mesmo assim tememos,
Mesmo assim oramos,
Mesmo assim dormimos.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Com o Mundo nas Mãos

Bernardo tem cinco anos, mas já sabe da existência do Japão. E aponta para o céu com o dedo:- É atrás daquele teto azul que fica o Japão?Tenho de explicar-lhe que aquilo é o céu, não é teto nenhum. (...)Na primeira oportunidade compro e trago para casa um mapa-múndi. (...) O menino não lhe deu muita importância, quando apontei nele o Japão e a Inglaterra, o Brasil, os países todos. Limitou-se a faze-lo girar doidamente, aos tapas, até que se desprendesse do suporte de metal. Consegui convence-lo a ir destruir outro brinquedo, o secador de cabelo da mãe por exemplo, que faz um ventinho engraçado – e assim que eu me vi só, tranquei-me no escritório para apreciar devidamente a minha nova aquisição. Com o mundo nas mãos, descobri coisas de espantar. Descobri que a Coréia é muito mais lá pra cima do que eu imaginava – uma espécie de penduricalho da China, ali mesmo no costado do Japão. (...) A Tasmânia não tem. Pelo menos não encontrei. (...)Duvido que alguém me diga onde fica Andorra. (...) Pois fica é logo aqui, encravada entre a França e a Espanha, um paisinho de nada, vê quem pode. Em compensação a Antártida é muito maior do que eu pensava. (...) E é bem no centro dela que eu tenho de soprar pára encher o mundo. De repente me vem uma idéia meio paranóide. De tanto apalpar o globo de plástico, ele acabou meio murcho, acho que o ar está se escapando. E quando me disponho a enchê-lo de novo, imagino que eu seja um ser imenso solto no espaço, botando a boca no mundo para enchê-lo com meu sopro.O nosso planeta é mesmo uma bolinha perdida no cosmo, e do tamanho desta que tenho nas mãos é que os astronautas devem te-lo visto da lua: uma linda esfera de manchas coloridas, com seus oceanos cheios de peixes e singrados por navios, as cidades agarradas aos continentes, ruas cheias de automóveis, casas cheias de gente, a ar riscado de aviões, de gaivotas e de urubus... Tudo isso pequenino, insignificante, microscópico, os homens se explorando mutuamente, se maltratando (...).Que aventura mais temerária a de Deus, escolhendo caprichosamente este lindo e insignificante planetinha para a ele enviar através dos espaços o seu Filho, feito homem, com a missão de redimir a nossa pobre humanidade. Faço votos que tenha valido a pena e que um dia ela se veja redimida. Até lá, este mundo não passará mesmo de uma bola como esta que meu filho Bernardo irrompendo alegremente no escritório me arrebata das mãos e sai chutando pela casa.
Fernando Sabino, “Deixa o Alfredo Falar”.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Um dia...

"...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer ... Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... Um dia percebemos que o comum não nos atrai...Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom... Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você... Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..." Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso... Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... Enfim... Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito... O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."
"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."

terça-feira, janeiro 27, 2009

Ver como o artista!

Ainda não amanheceu, e eu estou tomando o meu café, penso sentado neste sofá que tipo de personagem encarnarei hoje. Lembro-me dos tempos de teatro, lembro-me do método Stanislavski, lembro-me do vagabundo Chaplin, lembro-me da minha filosofia de vida...

Na vida agente representa, no teatro agente vive!


Carlitos soube exatamente o que isso queria dizer. Porque digo isso? Simplesmente porque hoje representamos mais do que verdadeiramente vivemos e realmente somos. Representamos, em casa, no trabalho, na faculdade, na felicidade, na tristeza, na dor, no amor; e.... quando vivemos mesmo?

Não quero parecer cético escrevendo essas coisas, mas acredito que estamos com os papéis trocados. Mas já que isso aconteceu, quero então aprender a ter a visão, a sensibilidade, a devoção dos artistas na composição de cada um dos meus personagens. Quero as cores de Almodóvar, a pureza de Carlitos, o impressionismo de Monet, a música de Mozart e Bethovem.

Quero ver como um artista vê. Desejo ser um observador não em cima de um tablado, ou palco, mas da vida real.
Anseio concentrar todo o meu ser em qualquer coisa que atraia a minha atenção. Olhar para um objeto não como qualquer passante de mente ausente, mas de forma penetrante. Me relacionar com a vida, com a natureza, com o meio que vivo. Ser uma pessoa incomum!

As pessoas comuns não tem idéia de como observar a expressão facial, o olhar; o tom de voz, para compreender o estado de espírito das pessoas com quem conversam.
Elas captam ativamente as complexas verdades da vida, nem escutam de modo que possam compreender o que ouvem.

Se pudessem fazer isso, a vida, para elas seria melhor e mais fácil, e seu trabalho, idéias e relações, mais criativas e incomensuravelmente mais ricas, melhores e mais profundas...
Como ensinar as pessoas que não observam, a perceber o que a natureza e a vida estão tentando lhe mostrar? Antes de tudo, elas precisam ser ensinadas a olhar, ouvir e escutar o que é belo....

Nada na vida é mais belo do que a natureza, e ela deveria ser objeto de constante observação, mesmo o seu lado mais escuro, é importante não evitá-lo. Procurar por ele nos pântanos, no lado dos oceanos, em meio às pragas de insetos..., e lembrar de que por detrás desses fenômenos há beleza, exatamente como o amor há desamor.

E por fim, quero aprender a dizer com os meus olhos o que muitos não conseguem expressar em palavras! Muito prazer, sou Fabrício, ou apenas um artista!

domingo, janeiro 25, 2009

Tortura Musical

Todo mundo........., todo mundo não, é muita gente, mas muitas pessoas gostam de ouvir música!
Desde os tempos mais remotos, os antropóides do terciário já ensaiavam suas batidas de bastões e os hominídeos do paleolítico inferior, os seus gritos e imitação de sons da natureza - se eles se encontrassem teríamos uma banda perfeita e ganhariam dinheiro com isso.
Atualmente temos sons supra modernos e músicas para todos os gostos, mas não é sobre isso que gostaria de falar e sim de como a política conseguiu lucrar com esse mercado e ridicularizar o povo.
Sabemos que um esquema de dominação não nasce da noite para o dia. Sua preparação é minuciosa. Leva tempo e custa muito dinheiro. E para isso, os militares tiveram 20 anos.
A partir de 1964, os caras se meteram em tudo. Pornochanchada no cinema, besteirol no teatro e novela na tv. Eventualmente , alguma música de protesto. O carnaval virou show para turistas como é até hoje, pois o protagonista - povo- assiste pela tv.
A deterioração da educação, a ciência e a cultura a ponto das novelas substirtuírem a vida e a ignorante classe média procurar refúgio em Paulo Coelho foi bem trabalhada pela religião neoliberal. Quando se tem um povo desesperado que acha que é prêmio ganhar pouco mais que um salário mínimo, é fácil implantar qualquer ditadura. Mas como não existe crime perfeito, o neoliberalismo cometeu um grande erro. O desespero levou muita gente ao crime. Surgiu também a teoria do crime. Boa parte da garotada da favela não quer o emprego humilhante que o mercado oferece. Já Nasce para o crime (vide "O meu Guri" do Chico).
Comentei que a política imiscuiu-se em todas as artes para degradá-las e ganhar mais dinheiro, além de boçalizar o povo. Vejamos então os exemplos pela música que é o tema deste post.
1930: A lua vem surgindo cor de prata, do alto da montanha verdejante, a lira do cantor em serenata reclama na janela a sua amante.
1940: A deusa da minha rua tem os olhos onde a lua costuma se embriagar; em seus olhos eu suponho que o sol num dourado sonho vai claridade buscar.
1950: A minha felicidade está sonhando nos olhos da minha namorada, é como esta noite passando, passando em busca da madrugada...
1960: Estava à toa na vida o meu amor me chamou pra ver a banda passar, cantando coisas de amor.
1970: Bandeira Branca, amor, não posso mais, pela saudade que me dói, eu peço paz.
1980: Azar, a esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista tem que continuar.
E então
1990: Bota a mão no joelho e da uma abaixadinha, vai mexendo gostoso, balançando a bundinha.
2001: Tchutchuca, vem aqui com teu tigrão. Vou te jogar na cama. Vou te dar muita pressão.
2002: Abre as pernas, faz beicinho, vou morder o seu gr...inho. Vai Sérginho, vai Serginho.
2003: Vou mandando um beijinho pra filinha e pra vovó, pois não posso esquecer minha eguinha pocotó.
2005: Tô ficando atoladinha, foguetinha, piriri, piriri, piriri, alguém olhou pra mim?
2006: Vai de tapinha na bundinha, vai que sou sua cachorrinha, vai que to assanhada, vamos dá uma lapadinha, só se for na rachadinha.
E por fim, o último grande sucesso 2008: É créu!É créu nelas!"Vambora, que vamo"!.... Créu-Créu-Créu-Créu...

Eis aí o que fizeram com nosso Povo. Quanta tortura!!!

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Curioso caso...

Há alguns dias atrás eu havia postado um pensamento do Chaplin no qual ele dizia que a forma mais triste é como a vida termina, e que ela poderia ocorrer toda de trás para frente.
Na ocasião eu ainda não sabia da existência do filme "O Curioso Caso de Benjamin Button". Esta fábula, conta exatamente o pensamento do eterno vagabundo, que certamente leu o conto homônimo de F. Scott Fitzgerald (1896-1940).

Fui hoje assistir o filme, não sabia que duraria três horas, no entanto o filme tem um ritmo tão agradável que nem percebe-se o tempo passar. O filme também da uma noção de que a pessoa é para o que nasce. O Benjamin era especial, nasceu velho e rejuvenesceu com o passar dos anos.

O filme realmente é muito bom, mas uma coisa me angustiou angustiou e me fez refletir dentro do contexto. Quando estamos seguindo o relógio da vida no sentido horário, nossos dias são subjetivos, nunca se sabe quando partiremos desta pra melhor, se com 50, 60, 70 anos, a tendência é que seja bem velho, se possível aos 120 que é o máximo que aguentamos e foi o que Deus determinou logo após o dilúvio, segundo as escrituras. E também porque nosso corpo e nossa saúde vai se limitando e deteriorando.

Mas quando o subjetivo passa ao objetivo, e se soubéssemos que nosso "primeiro" dia de vida fosse na realidade o "último"? De fato seria angustiante da mesma forma, mas se serve de consolo, certamente estaríamos nos braços de alguém, que estivesse nos pondo pra dormir. E dormiríamos, tendo a sensação de que a vida teria terminado com um belo orgasmo, como definiu Chaplin.

Aconselho que assistam o filme é realmente curioso e até mesmo fabuloso, caso não gostem, sabe como é né, gosto é igual a bunda. Cada um tem a sua. (foi só pra descontrair)

segunda-feira, janeiro 19, 2009

A insustentável leveza do ser [parte 2]

Bem, falava eu do mito do eterno retorno idealizado por Nietzsche, e repito, deixou muita gente angustiada, inclusive eu.
Lembrei-me de um caso da minha infância, lá por volta dos meus sete ou oito anos quando estava brincando com um grupo de amigos. Sabe um daqueles dias que você moleque ou moleca, fica o dia todo na rua, vai do pique-esconde ao pega ladrão, do futebol ao volei, da bandeirinha a salada mista, do suor, sujeira ao banho de borracha? Pois é, foi um desses dias que as horas pareciam durar uma eternidade para passarem (tempo bom).

Em determinado momento eu pensei e disse: __ Bem que esse dia poderia se repetir várias vezes, né? Seria maravilhoso, leve e tranquilo. Será mesmo?


Não por mal, mas vejo hoje que se cada segundo de nossa vida deve se repetir um número infinito de vezes, estamos pregados na eternidade como Cristo na cruz. Que idéia atroz! No mundo do eterno retorno, cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza. Isso é o fazia com que Nietzsche dissesse que a idéia do eterno retorno é o mais pesado dos fardos.


Se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, nossas vidas, sobre esse pano de fundo, podem aparecer em toda a sua esplêndida leveza.


Mas, na verdade, será atróz o peso da leveza?

O mais pesado fardo nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino. O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital. Quando mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.


Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano torne-se mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes. Talvez algo platônico para muitos!


E então, o que escolher? O peso ou a leveza?

Foi a pergunta que Permênides fez a si mesmo no século VI antes de Cristo. Segundo ele, o universo está dividido em duplas de contrários: a luz e a obscuridade, o grosso e o fino, o quente e o frio, o ser e o não ser. Ele considerava que um dos polos da contradição é positivo (o claro, o quente, o fino, o ser), o outro, negativo. Essa divisão em pólos positivo e negativo pode nos parecer de uma facilidade pueril. Menos em um dos casos: o que é positivo, o peso ou a leveza?


Permênides respondia: o leve é positivo, o pesado negativo. Teria ou não razão? Essa é a questão. Uma coisa é certa. A contradição pesado-leve é a mais misteriosa e a mais ambigua de todas as contradições.

Espero não ter desapontado com a segunda parte, mas acredito que ficou bom!

domingo, janeiro 18, 2009

O que vocês tem de mim?

Cada um tem de mim exatamente o que cativou, e cada um é responsávl pelo que cativou, não suporto falsidade e mentira, a verdade pode machucar, mas é sempre mais digna. Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão. Perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve e a vida é muito para ser insignificante. Eu faço e abuso da felicidade e não desisto dos meus sonhos. O mundo está nas mãos daqueles que tem coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos.
( CHARLES CHAPLIN )

sexta-feira, janeiro 16, 2009

A insustentável leveza do ser [parte 1]

O eterno retorno é uma idéia misteriosa, e Nietzsche, com essa idéia, colocou muitos filósofos em dificuldade: pensar que um dia tudo vai se repetir tal como foi vivido e que essa repetição ainda vai se repetir indefinidamente! O que significa esse mito insensato?

O mito do eterno retorno nos diz, por negação, que a vida que vai desaparecer de uma vez por todas, e que não mais voltará, é semelhante a uma sombra, que ela é sem peso, que está morta desde hoje, e que, por mais atroz, mais bela, mais esplêndida que seja, essa beleza, esse horror, esse esplendor, não tem o menor sentido. Essa vida não deve ser considerada mais importante do que uma guerra entre duas nações, reinos, ou irmãos (como Israel e a Palestina atualmente), que não alterou em nada a face do mundo, embora muitas pessoas estão encontrando a morte através dessa fatídica guerra!

Será que esse hostilidade "fraterna" se modifica pelo fato de se repetir um número incalculável de vezes no eterno retorno?

Sim, certamente: ela se tornará um bloco que se forma e perdura, e sua tolice será sem remissão.
Se a Revolução Francesa devesse repetir-se eternamente, a historiografia francesa se mostraria menos orgulhosa de Robespierre. Mas, como ela trata de uma coisa que não voltará, os anos sangrentos não são mais que palavras, teorias (são mais leves que uma pluma, já não provocam medo). Existe uma enorme diferença entre um Robespierre que não aparece senão uma vez na história e um Robespierre que voltasse eternamente cortando a cabeça dos franceses.

Digamos, portanto, que a idéia do eterno retorno designa uma perspectiva na qual as coisas não parecem sem a circunstância atenuante de sua fugacidade.

Essa circunstância atenuante nos impede, com efeito, de pronunciar qualquer veredito. Como condenar o que é efêmero? As nuvens alaranjadas do crepúsculo douram todas as coisas com o encanto da nostalgia, inclusive a guilhotina.

Geralmente as fotografias, trazem-nos à memória um determinado período da nossa vida, que sabemos, não voltará mais, seja ela a infância, adolescência, juventude e por aí vai.

Essa reconciliação que fazemos com as fotografias, trai a perversão moral inerente a um mundo fundado essencialmente sobre a inexistência do retorno, pois nesse mundo tudo é perdoado por antecipação e tudo é, portanto, cinicamente perdido.

(Continua...)
Modifiquei o texto Original in: A Insustentável Leveza do Ser; Milan Kundera; Rio Gráfica-1986

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Ser sombrio 2

Não é de hoje que tenho a sensação de ver um furioso tufão passar dentro de mim e fazer uma bagunça imensa; mas quer saber de uma coisa? Estou adorando a bagunça e a anarquia...elas são bem vindas!

Parece que acordei para a vida, não digo no modo de alerta para as minhas obrigações, ou me tornar um cara mais responsável – claro, isso irei buscar sempre, e sempre terei mais - mas; parece que acordei para mim...

Estou olhando para dentro e para fora, não com a mesma intenção impregnada com os valores cristãos de antes, mas pensando em mim, no meu bem estar e no meu bem querer. Não vou dizer para vocês que não estou com medo porque pela primeira vez em minha em vida estou deixando de ser o bonzinho; o carinha legal; símpático; pela primeira vez estou saindo de traz do muro das boas ações, do bom comportamento, da fidelidade incontestável, do prazer de servir e sempre minimizar minhas ações... Estou buscando atender meus desejos, ouvir meu coração, deixar a consciência filosofia – ou a Razão - um pouco de lado e ouvir meus sentidos – a Doxa.

Isso me faz lembrar do grande Nietzsche e a moral dos Senhores que me faz querer exercer meu poder e esquecer dos valores dos Escravos. Tenho que ser forte, Inabalável, consciente, decidido; ser o equilíbrio em pessoa e não demonstrar fraqueza, porque isso é reservado para aqueles que irão herdar o reino dos Céus...

Não irei lhes dizer que eu não quero herdar o reino dos Céus, todos nós queremos, no entanto quero ser mau e desfrutar da vida...

Sei as Consequencias de tudo isso
E nunca estive tão consciente quanto estou agora, escrevendo estas palavras...
Espero que alguns amigos tenham a oportunidade de ler isso e possam tomar a mesma decisão.

Pensava isso hoje na faculdade enquanto conversava com um amigo, e faço a todos saber através dessas linhas!
Ah....WHY SO SERIOUS???

terça-feira, janeiro 13, 2009

Dialogando com o Eterno Efémero

Há alguns dias passados o http://nuncaestareisatisfeito.blogspot.com/ saiu com uma reflexão sobre "Eterno X Efémero" interessantissima, refleti e respondi da seguinte forma:

"Há rotas que semeamos na procura da verdade... são os passos de luz que deixamos pela vida, como traços digitais da nossa essência, ainda que efémeros... "

Não fiquei satisfeito com meu comentário, mas refleti sobre a frase comentada, resultante no post abaixo.

Ao longo do caminho já encontrámos muitas ideias que nos seduziram e habitaram em nós, com a força suficiente para condicionar o nosso sistema de crenças.

No entanto, passado algum tempo, muitas das verdades acabavam por ser abandonadas porque não suportavam as nossas interrogações internas, ou porque uma 'nova verdade', incompatível com aquelas, competia dentro de nós por um mesmo espaço.

Ou simplesmente porque essas verdades deixavam de o ser.

Aqueles conceitos que tinhamos tido como referentes deixavam de o ser e encontrávamo-nos, rapidamente, à deriva. Donos do leme do nosso barco e conscientes das nossas possibilidades, mas incapazes de traçar um rumo fiável.

Lembro-me mais uma vez de uma passagem do Pequeno Principe, que nas suas viagens pelos pequenos planetas da sua galáxia encontrou-se com um geógrafo, que anotava, num grande livro de registo, montanhas, rios e estrelas.

O principezinho quis registar a sua flor (aquela que tinha deixado no seu planeta), mas o geógrafo disse-lhe:

- Não registamos flores, porque não podem tomar-se como referência as coisas efémeras. E o geógrafo explicou ao principezinho que efémero quer dizer ameaçado de rápido desaparecimento.

Quando o principezinho ouviu isto, ficou muito triste. Tinha-se dado conta de que a sua rosa era efémera...

E então, por um lado, pergunto a mim próprio: será que existem verdades sólidas como rochas e imperturbáveis como acidentes geográficos? Ou será a verdade apenas um conceito que traz em si mesmo a essência da transitoriedade e fragilidade das flores?

E, por outro lado... será que por acaso as montanhas, os rios e as estrelas não estão também ameaçados de rápido desaparecimento?

Quanto é 'rápido' comparado com 'sempre'?

Não serão as montanhas, segundo este ponto de vista, também efémeras...?

...

Há rotas que semeamos na procura da verdade... são os passos de luz que deixamos pela vida, como traços digitais da nossa essência, ainda que efémeros... como tudo.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Pra você

Vem viver este teu pedaço,
Vem sorver esta água pura,
Que das estrelas trouxe o aço
E da nossa sede a ternura!

Porque não darmos as mãos
Porque não sorrirmos à mentira?
A vida não pode ser só "nãos"
Há alguma coisa que sempre vira

Vira o vento, a sorte, a desventura
Vira a mágoa transformada em amor
Vira a covardia em força e bravura
Virá a magia transformar a dor?

Ouve-te a ti mesma quando serena
Cultiva a Paz e a Paz tu serás
Deixa que a brisa te afague amena
Em breve no infinito te sentirás!

Um beijo de vento e brisa suave.

domingo, janeiro 11, 2009

"Amadurecer significa separar as coisas de forma mais nítida, e ligar-se de forma mais íntima."
(Desconhecido)

sábado, janeiro 10, 2009

Como a Vida Termina

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.
Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança,
não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo,
volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando.
E termina tudo com um ótimo orgasmo!
Não seria perfeito?
( CHARLES CHAPLIN ) Acho que concordo com ele!!!

Como foi meu dia!

Cumprindo o ritual de todos os dias, acordei mais uma vez extremamente cedo.
A claridade do novo dia já estava a porta. Levanto-me, dirijo-me imediatamente para a cozinha onde preparo meu café, encho uma caneca e sento em meu sofá aproveitando os últimos momentos do silêncio da madrugada.
Sua imagem veio a minha mente, sorri!
Procurei relaxar, as notícias da guerra já me encheram o saco, procurei ler rapidamente o texto da faculdade não satisfeito saio.
O Rumo? Não sabia. Só queria neste dia estar só. A primeira imagem na rua fui de um pombo esmagado, morto! Pensei: __ Algum carro passou por cima. O sangue do animal estava fresco.
Ha algum tempo que eu não pensava nela! Em quem? Na morte!
Ajudo uma pessoa aqui, escuto uma senhora acolá, passo em uma pensão pra almoçar e vou estudar.
As aulas não são das piores, mas meu dia não podia terminar voltando pra casa. Sexta-feira!
Decido ir ao cinema! Na verdade já havia decidido. O caminho até ele eu conhecia bem! Antes troco uma camisa e compro uma outra. Voilá! Roupa nova no fim de semana.
Eu que sempre disse ter-mos duas vidas, estava curioso pra saber porque do título "Sete Vidas". Comprei o ingresso. Faço hora no "O camarão", peço uma porção do mesmo, pra acompanhar ia pedir uma Fanta ou uma Sukita, mas preferi o Guaraná, enquanto aguardo meu pedido, escrevo essas palavras e penso __ porque não pedi uma caipirinha? Afinal não estou dirigindo.
Hora do filme. Imediatamente, o filme já mostra a que veio, pensei quer dormiria antes da metade, afinal também estava cansado e confesso que as vezes vou ao cinema pra dormir. Não aconteceu, fiquei atento do início ao fim, em determinado momento, não via mais as sete vidas, mas sim duas, apenas duas, como em meus pensamentos, que se amavam com tamanha intensidade que.... de você eu recordava, lembrava.... Pergunta marcante do filme? __ Você pensa na morte? Eu penso nela todos os dias.
Como disse anteriormente, fui assistir o filme cansado, pensava que dormiria na primeira metade. Mas que nada, olhava para o lado muitas vezes, o banco estava vazio e... todas as vezes que repetia esse gesto, dela eu recordava!
Bela cena, bela história, bela paisagem, belo filme!
É verdade, pensei várias vezes sobre a morte nele....., mas.......espere....um email, um recado, uma mensagem, não seria esse o final do escrito e do dia, mas enquanto finalizo, leio a tal mensagem, mensagem da Vida.... e não sei como, mas direta, ou indiretamente, não sei se por coincidência, ou não, acredito que não foi a toa que eu pensava nela, todo o dia!!!!

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Ser sombrio

Estava andando sem espaços,
Todos os lugares por que estava, sentia-me sufocado
Minha alma sentia-se presa e parecia querer se desprender do corpo
O corpo, prisão da alma, segundo Platão.
Prisão essa que se materializava nas "sufocações" do dia-a-dia

Alguém sentado ao meu lado no ônibus, estava me sufocando
A companhia dos meus em casa me sufocava
A convivencia com as pessoas no trabalho me sufocava...

A sensação de liberdade só existia quando me encontrava só
Ao estar sentado no fim da madrugada em meu sofá
Todos dormiam, e o silêncio noturno era a melhor companhia
É algo libertador, eu diria

Sentia-me livre na proa da velha barca,
O vento batendo em meu rosto transmitia-me vida e liberdade
Sintia-me livre ao admirar a baia,
mesmo preso ao acento ônibus no meio da ponte

De alguma forma, procurava uma fuga, novas experiências
Novas vivências, Deixar vir pra fora aquilo que nunca fui,
mas sempre esteve reprimido dentro de mim.
Conhecer a floresta que Thoreau sugou a própria essência da vida

Por pra fora aquilo que sempre deixei preso, e talves devesse libertar
Ser quem realmente sou, ou quem nunca fui,
Sentir ódio, raiva, egoismo, ser mau, sem querer o mal.
Não ser imprudente, inquieto, irresponsavel e hipócrita.
Quero dinheiro, poder, sucesso
Não o quero mais sufocar, mas deixar surgir o meu lado sombrio, negro e misterioso
Não me definir como sou por dentro,
mas pelas coisas sem limites que eu posso fazer!

No final, haverá libertação e redenção!

terça-feira, janeiro 06, 2009

Nova regra, novo português!

Sempre tive minhas limitaçoes na lingua portuguesa, e com essa nova regra não duvido que encontre algumas dificuldades a mais. já quis comprar até uma nova gramática, mas eles ainda terão 365 para se adaptar. Confesso que acho belo o nosso idioma, mas fazem questão de torna-lo complicado mudando várias vezes a sua forma de escrever.
Ontem estava eu na Biblioteca Nacional, aquele templo sagrado dos pesquisadores, dos leitores compulsivos, dos estudantes diversos, dos turistas (chegaram vários enquanto eu estava lá e ficavam parados observandopra o que eu estava fazendo), ou dos Eduardos Buenos (aff). Inicialmente fiquei revoltado com o livro, o qual pesquisava e pensava que raio de português é esse? MAYOR, HUMA, AUTHOR, METHODO, THESOUREIRO, o que era aquilo?

Ou ainda, duplas consoantes em casos como: DELLES, COMMUM, GALLINHA... sem contar os verbos conjugados na terceira pessoa terminados em ÃO, ao invés de AM, como: CHAMAÕ, ou TIVERÃO.

Mas o pior de tudo foi a trascrição do texto para o compurador, essa máquina excencial da nossa vida que concectado a um cabo, ou não, hoje existe a tecnologia Wireless, nos permite saber de tudo, ou quase tudo. Bem a bendita máquina estava acostumada com essas regras, ou formas de escritas... não sei se posso dizer rudimentares, enfim, mas quando ele se deparou com a nova ortagrafia, foi algo incrível, ...terrível é melhor aqui! Só haviam traços vermelhos na tela monitor.

Então, nesse meu cubículo que é o quarto, pensei a respeito das várias reformas da língua portuguesa, que coisa sinistra! Uma hora eles abolem o W, o K e o Y, pra depois reabilitar, acho que foi pra agradar a maioria, afinal, eles nunca deixaram os nossos Kilos, ou Kilometros; muito menos o Wagner, ou meu primo Weverton e menos ainda a Rayanne. Afianal de contas, não podemos dizer que eles estavão, ops, estavam clandestinos, pois sempre tiveram liberdade pra circular em nosso meio.

Outra coisa que me irritou foi a saida do trema. Toda hora que eu digitava uma palavra sem o trema, estava lá o vermelho me acusando que eu escrevera algo errado. Imagino as desastrosas consequências com a saída do trema (tentei encontrá-lo, mas meu teclado ja não o tem mais), em breve leremos "consekências", ou então um dos turistas lá da ALERJ, provavelmente alemão, virá me perguntar "aonde eu encontrar pão com linghiças", ou então a frekência estará errada e a nota de cinkênta poderá ser falsa. Assim como o Ubaldo Ribeiro, não aceito a maneira sem-serimônia com que ele(o trema) foi humihantemente defenestrado, depois de tanto tempo de serviços prestados. Nem uma medalha ele ganhou. E lá na Assembléia ano passado eu só vi medalha inútil sendo entregue. Deixa isso pra lá, ninguém se importava com ele mesmo, muitos nem sabiam da sua existência. Pobre coitado!

No final de tudo, para "facilitar" o nosso bello português, só teremos os resultados maléficos do falar com se escreve, então teremos o umazero (1 x 0) como nas narrações esportivas. Alguns não etendem que o EME (M) esta apenas para nasalar a vogal.

Eureka! Compreendi porque o português antigo, era comum escrever-se com til. Eu vi a luz! Foi mal eu me entusiasmei.

Bem, dessa forma de falar como se escreve, não devemos nos assustar então quando lermos ao invés de "um olho", vermos "um molho", "um machado" ou invés de "um achado". Ruim para nós que teremos que nos adaptar, bom para quem já esta ganhando dinheiro com isso, pois alguém esta, e em plena crisa já esta"comida marcada para" a Europa ou Hawaí. Ou será "com ida marcada"?

Preciso dormir!!!!