No domingo último foi comemorado o dia do consumidor, mas antes de comentar qualquer coisa, queria contar uma pequena história do meu querido Henry David Thoreau, o qual já pus uma frase dele q influencia por de mais minha vida.
Por volta de 1854, antes mesmo da revolução industrial, Thoreau que era formado em Harvad, considerado avô do movimento Hippie e inspirador de Gandhi, construiu com suas próprias mãos uma casa à beira do lago Walden, em Massachusetts, indo morar lá com a vontade de experimentar uma vida absolutamente isenta de consumo. Nos anos que se passou isolado e vivendo de trocas e da própria produção, Thoreau escreveu o clássico "Walden ou a vida nos bosques", uma espécie de bíblia do hoje chamado consumo consciente. Naquela época, aos 28 anos, ele ousou dizer a uma sociedade capitalista em formação, a América, que "a maioria dos luxos e muitos dos chamados confortos da vida não só são dispensáveis como constituem obstáculos à elevação da humanidade".
Outro exemplo é o de Sócrates que costumava descansar percorrendo o centro comecial de Atenas. Quando os vendedores o assediavam, respondia: "Estou só observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz."
Eu poderia terminar esse post aqui mesmo e deixar aberto a reflexão de cada um dos leitores, mas vou continuar só pra demonstrar o porquê do título da postagem.
Lia eu um daqueles jornais que todo mundo diz que odeia - principalmente os da esquerda, mas acaba comprando para se manter "bem informado" e me deparei com uma matéria sobre o consumo, nesta, as pessoas falavam de seu Transtorno Compulsivo Obsessivo (TOC) por compras e um analista dando uma explicação para tal comportamento.
a primeira coisa que me fez sentir um merda foi o analista que dizia que o TOC atinge tanto as classes endinheiradas quanto as pobres. Até aí tudo bem, mas depois ele prossegue com os exemplos: "tive duas pacientes...uma garota POBRE de 14 anos que gastou R$ 2 mil numa loja de 1,99. E outra menina da mesma idade que viajou para Nova York... nas primeiras duas horas gastou US$ & mil...." Qual a linha que divide a pobreza do miserável? Me senti um merda! Não tenho como gastar esse valor em uma loja de 1.99, então sou um miserável!?!?
O segundo exemplo é de um cara de 22 anos, produtor de eventos de um hotel na Barra. Este, afirmava GANHAR MAL, no entanto, voltou da Europa com 15 perfumes e 7 bolsas da Luis Vuitton e Gucci, além de ter comprado um cinto de R$ 300 reais mesmo sem ter gostado. A sua frase: "Não gosto de entrar numa loja e não comprar. Fico com vergonha." Nossa... quantas vezes fiz vergonha dentro de uma loja!!!!!!
E pra acabar a última história é de uma menina de 25 anos que "não" recebe uma fortuna de mesada dos pais, mas que da para quitar o básico como celular, gasolina, cabeleireiro, saídas e por aí vai. E quanto as coisas fúteis, diz ela: "Só me procupo quando chogo a dever R$ 1.500 NO CHEQUE ESPECIAL, aí não durmo até arrumar o dinheiro." Mas como se ela não trabalhaaaa!!!
Visto isso, dentro deste contexto consumidor, mesmo tendo a historinha do David - intimidade - e Sócrates... vi-me como um infeliz, miseravel e merda, por não fazer parte desse grupo, mas sabem de uma coisa, queria saber o quanto essas pessoas são felizes... pois isso o dinheiro não pôde comprar.....
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