sexta-feira, março 27, 2009

Perguntei ao Drummond

Mestre, me ensina porque toda dor vira poesia e toda poesia retorna à dor?

Me explica: como uma simples pedra pode fazer toda a diferença?






A resposta é simples. Toda pedra no caminho vale para construir seu castelo, amigo!!! E todo tropeço serve como aprendizado.

E a respeito da dor meu caro, ela não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. No entanto, a dor é inevitável , já o sofrimento é opcional.





terça-feira, março 24, 2009

Cores de Almodovar e Frida Kahlo

Não foi armação, eles estavam assim mesmo!


Fascinante


Belo

Fitinhas!


Natureza Viva!


Natureza artificial!

domingo, março 22, 2009

A Flor e a Náusea

Altos papos com Drummond um dia lá em Copacabana.
A Flor e a Náusea

"Preso à minha classe e a algumas roupas,vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me’?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
............................................................
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio."
[Drummond]

quinta-feira, março 19, 2009

Amantes da Lua

Hoje...
Quero sentir nos poros
o abraço de vento dos teus olhos.
Tenho sede da seda do seu ventre.
Você, acetinadamente nua no horizonte do meu corpo.
...
Nós, arrepio....
A madrugada...
ancorada na eternidade do momento.
Em viagem adiada...
Adiada...
Adiada...
...enquanto uma música inaudível se solta, em espiral,
quando toco os teus seios....
...
Hoje...
Quero-te.
Febril.
Uivante.
Como só os amantes da lua sabem...

terça-feira, março 17, 2009

O dia que me senti um merda!

No domingo último foi comemorado o dia do consumidor, mas antes de comentar qualquer coisa, queria contar uma pequena história do meu querido Henry David Thoreau, o qual já pus uma frase dele q influencia por de mais minha vida.
Por volta de 1854, antes mesmo da revolução industrial, Thoreau que era formado em Harvad, considerado avô do movimento Hippie e inspirador de Gandhi, construiu com suas próprias mãos uma casa à beira do lago Walden, em Massachusetts, indo morar lá com a vontade de experimentar uma vida absolutamente isenta de consumo. Nos anos que se passou isolado e vivendo de trocas e da própria produção, Thoreau escreveu o clássico "Walden ou a vida nos bosques", uma espécie de bíblia do hoje chamado consumo consciente. Naquela época, aos 28 anos, ele ousou dizer a uma sociedade capitalista em formação, a América, que "a maioria dos luxos e muitos dos chamados confortos da vida não só são dispensáveis como constituem obstáculos à elevação da humanidade".
Outro exemplo é o de Sócrates que costumava descansar percorrendo o centro comecial de Atenas. Quando os vendedores o assediavam, respondia: "Estou só observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz."
Eu poderia terminar esse post aqui mesmo e deixar aberto a reflexão de cada um dos leitores, mas vou continuar só pra demonstrar o porquê do título da postagem.
Lia eu um daqueles jornais que todo mundo diz que odeia - principalmente os da esquerda, mas acaba comprando para se manter "bem informado" e me deparei com uma matéria sobre o consumo, nesta, as pessoas falavam de seu Transtorno Compulsivo Obsessivo (TOC) por compras e um analista dando uma explicação para tal comportamento.
a primeira coisa que me fez sentir um merda foi o analista que dizia que o TOC atinge tanto as classes endinheiradas quanto as pobres. Até aí tudo bem, mas depois ele prossegue com os exemplos: "tive duas pacientes...uma garota POBRE de 14 anos que gastou R$ 2 mil numa loja de 1,99. E outra menina da mesma idade que viajou para Nova York... nas primeiras duas horas gastou US$ & mil...." Qual a linha que divide a pobreza do miserável? Me senti um merda! Não tenho como gastar esse valor em uma loja de 1.99, então sou um miserável!?!?
O segundo exemplo é de um cara de 22 anos, produtor de eventos de um hotel na Barra. Este, afirmava GANHAR MAL, no entanto, voltou da Europa com 15 perfumes e 7 bolsas da Luis Vuitton e Gucci, além de ter comprado um cinto de R$ 300 reais mesmo sem ter gostado. A sua frase: "Não gosto de entrar numa loja e não comprar. Fico com vergonha." Nossa... quantas vezes fiz vergonha dentro de uma loja!!!!!!
E pra acabar a última história é de uma menina de 25 anos que "não" recebe uma fortuna de mesada dos pais, mas que da para quitar o básico como celular, gasolina, cabeleireiro, saídas e por aí vai. E quanto as coisas fúteis, diz ela: "Só me procupo quando chogo a dever R$ 1.500 NO CHEQUE ESPECIAL, aí não durmo até arrumar o dinheiro." Mas como se ela não trabalhaaaa!!!
Visto isso, dentro deste contexto consumidor, mesmo tendo a historinha do David - intimidade - e Sócrates... vi-me como um infeliz, miseravel e merda, por não fazer parte desse grupo, mas sabem de uma coisa, queria saber o quanto essas pessoas são felizes... pois isso o dinheiro não pôde comprar.....

domingo, março 15, 2009

Poema à boca fechada

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

sábado, março 14, 2009

Para alguém!!!

Em uma das minhas viagens a Fortaleza Branca, aquela mesmo da solidão, encontrei isso. Talvez possa ajudar alguém.

Preciso de Alguém

Que me olhe nos olhos quando falo.
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado;
alguém Amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir,
mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia,
nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível: A Amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um Amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida.
Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.
Preciso de um Amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias,
nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo:
'Nós ainda vamos rir muito disso tudo', e ria muito.
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu Amigo.
E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira,
a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela.

sexta-feira, março 13, 2009

A respeito das estrelas!

"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre minha amiga (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
A Lua também... eu diria... Sorria!!!
[O Pequeno Príncipe]

quinta-feira, março 12, 2009

SECRETUM

Eu sei... e tu também...
Desvendámos o mistério de nos encontrarmos na eternidade...
No tempo que desafio a descobrir a minha verdadeira idade...
No espaço... que se confina ao cheiro do nosso abraço.
Fecha os olhos, meu segredo...
Sente a minha carícia... deixa-me ler-te o desejo... sem medo...
Vem comigo ao limiar da liberdade... de quem se revê no olhar da alma do outro...
Almas reencontradas, festejos, risos, lágrimas, excessos... que ainda assim sabem a pouco.
E o meu convite profano e sagrado, de homem...
Que sabe tocar a essência do seu jardim alado...
Razão e coração, alma e corpo, toque e odor...
E a tímida palavra que nos envolve... Amor...
Alquimia... Sintonia, Mago da Natura, da noite... e do dia.
Pedra Filosofal...
Cavaleiro do Graal...
Águas descendentes do Céu, misturam-se com as águas ascendentes da Terra.
(Na tua voz descobri o cântico final, canção de PAZ... ausência da chama da guerra.)
E na minha entrega... homem que ansiava nos teus braços tornar-se um menino...
União a duas almas com o divino...
Purificação , libertação das amarras, da queda redenção...
União a um só coração.
E no seu ventre, de mim molhado, salgado...
Água ardente, Ar, Terra e Fogo húmido... confluem para o momentUM sagrado...
O 'UM'... de novo...
há gerações apartado.
E o oculto se desvenda, quinta-essência...
E assim se cumpre a Roda do Tempo...
Alma, espírito, matéria... transmutada em anulação de ausência.
E assim se cala o lamento...

quarta-feira, março 11, 2009

Homofóbico, eu???

Desde já venho pedir desculpas as pessoas que possam ler este artigo e por motivo de algo coisa mal escrito, ou mal interpretado, possam sentir-se caluniados.

Homofobia (homo= igual, fobia=do Grego φόβος "medo"), é um termo utilizado para identificar o ódio, aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais ou homossexualidade, ou genericamente de modo pejorativo, qualquer expressão de crítica ou questionamento ao comportamento homossexual. [Dicionário Soares Amora]

O simples fato de ter um lado independente de religiões e ter uma opinião formada de um assunto que a sociedade hoje apóia - não sei se pelo fim das desigualdades, ou banalização - transformou-me em alvo de idiossincrasias mal feitas.

Ou melhor, o fato de não gostarem de uma determinada pessoa, ou sua presença incomodar em certos ambientes, pode ser motivo pra associá-la a algo que não é? Pois então, um cara no meu trabalho me detesta, e por isso anda espalhando aos quatro ventos que sou homofóbico. O principal motivo é o fato de eu não dar confiança as suas conversas íntimas com as demais colegas de trabalho.

Para que vocês tenham uma idéia os assuntos são: "Quem goza primeiro você ou seu namorado", "sou paciente menina"; "gosto de brincar de briga com meu namorado"; "a Madona é um arraso"; ou "vou a Paris com o fulaninho" são as principais conversas num ambiente público de trabalho que considero ridículas. Não sou obrigado a ouvir esse tipo de assunto e por isso não faço a mínima questão de estar próximo a tais pessoas- e afinal, os incomodados que se mudem, certo? E se me perguntam a minha posição sobre o assunto ponho-me contra tais práticas sodomitas. Não sou contra as pessoas, mas sim das suas práticas!

O que eu não admito é espalharem fofoca com meu nome, não é coisa de Homem- ah mas ele não o é mesmo -ou então não é coisa de uma pessoa que se diz intelectual, pensadora, civilizada. Não seria mais prático o tal fulaninho vir conversar comigo e esclarecer suas impressões?

Não..., é evidente que ele não viria, pois não teria como contra-argumentar comigo e o resultado disso...? Eu seria acusado de homofobia e ele seria mais uma vez uma vítima da cruel sociedade preconceituosa personificada malevolamente na minha pessoa.

E por falar em preconceito, eu sou preto né? Hummm... Então posso acusar as pessoas que não gostam de mim de racistas ou preconceituosas? Afinal sou o único emergente da minha "espécie" num recinto de trabalho majoritariamente cáucaso-mentalmente-pequeno-burguês, e nunca reclamei de fazer parte da classe menos favorecida, pois entendo que a impressão que fazem da gente, são elaboradas por nós mesmos.

E por fim, saibam todos que já fui proibido de brincar com crianças da minha idade devido a cor da minha pele, e também já fui proibido de namorar uma menina na adolescência por excesso de melanina, então querido colega de trabalho, não venha me dizer que sou homofóbico ou preconceituoso, pois sei o quanto é ruim não ser reconhecido pelo conteúdo do seu caráter, que na minha percepção, falta-lhe muito.

Em vista disso, não me enquadro também na descrição feita no início, a respeito da homofobia que por sinal é incentivada pelos seus próprios "iguais".

domingo, março 08, 2009

Minha homenagem à mulher

A Mulher Como Centro de Universalização Poética
A mulher como centro de universalização poética é aquela que tem nome e também sobre nome, é a que tem deveres, e também tem direitos, é a que chora, é a que ri, é a que é mãe e muitas vezes é também pai, é a filha, é a irmã, é a tia, é a avó...
Meninas!... Moças!... Senhoras! Mães, Sogras, Filhas, Esposas, Irmãs...
A todas as mulheres, sem distinção de cor, credo e tribo.
Solteiras!... Concubinas!... Casadas!... Essencialmente emancipadas!
A mulher professora, a mulher domestica, a mulher motorista, a mulher atleta, a mulher empresária, a mulher presidente, a mulher proprietária... Independentemente a profissional mulher...
A mulher em beleza, Elegância e Sensualidade!
A mulher que elege, a mulher eleita, a mulher escritora, a mulher pintora, a mulher que canta e encanta... A mulher da arte... A mulher obra de arte...
A mulher em casa, na rua ou no trabalho... Em essência mulher... Unicamente mulher!
A mulher amada... Amante... Apaixonada...
A mulher urbana, a mulher rural...
A mulher singular, a mulher plural...
A mulher alimento, mas também canibal...
A mulher intrinsecamente maniqueísta!
A mulher feminina, a mulher feminista...
A mulher de uniforme, de saia, de vestido, de calça, de short e camiseta, calcinha e sutiã, de biquínis... A mulher em pele... A mulher em alma...
A mulher em formas aos olhos de quem se tem a admira-la...
Magra... Gorda...
Negra... Branca...
Baixa... Alta... Em essência mulher... Organicamente mulher!
Poeticamente MULHER!!!

sábado, março 07, 2009

...

Amo a liberdade,por isso deixo livre tudo que possuo e amo... porque se voltarem é porque as conquistei, se não voltarem é porque nunca as tive!!!
[Desconheço o autor, mas a frase é conhecida]

sexta-feira, março 06, 2009

SE TU ME DEIXASSES...

Hoje, acenderia estrelas entre a tua pele e a minha. Derramaria nos teus lábios toda a ternura que te pertence. Libertaria as pombas azuis do lago das tuas memórias e voaria, eu, em ti. Traçaria com a minha língua o mapa húmido da rota dos navegantes que ousam e não temem as marés vivas. E diria às tuas asas - antes quebradas - que voar é possível e que o caminho é ascendente, em espiral, em murmúrios salgados e confluentes...

Se tu me deixasses...

quinta-feira, março 05, 2009

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza
[Fernando Pessoa]

terça-feira, março 03, 2009

ESTA NOITE....

Depois de uma semana com frases entreouvidas por aí, postarei assim como ontem, mais um poema. Ainda estou com o tempo escasso para algo crítico, mas brevemente postarei. Espero que gostem!!!

Esta noite
gostaria de afastar de mim
a pedra da dúvida.
Dançar na espiral da procura,
e encontrar(-me) (n)uma resposta.
E ainda que a alma me doa,
enfeitá-la com flores amarelas.
E entre os olhos do tempo adormecer.
Adormecer.
A... dor... me... ser... (levado)

domingo, março 01, 2009

Hoje...

Escrevi-te ontem
somente para dizer

Que continuo aqui, parada no hoje. Como passageiro adiado numa estação-desencontro, onde o comboio nunca tem o destino certo e onde as horas são sempre amanhã.
Se pelo menos soubesse falar-te de amores e lhes retirasse todas as rimas óbvias, gastas e repetitivas, com dores, talvez me aninhasse no silêncio de uma palavra onde esta distância-uivo-de-lua-nascente-mais-que-presente cessasse no agora e... para sempre. Mas onde e como esconder de ti o rio de fogo das saudades? Tudo passa, dizem. E todos os rios secam, dizem também. Menos um, feito abraço embalado e suspirado, por onde navegámos negando a solidão da noite. Lembras-te?Mas eles, os que tanto dizem, não sabem.
E ninguém, nunca, saberá, que ainda permaneço deste lado do tempo onde sou teu.
Nem tu.

Nem tu...

Por que é que não me escreves?