Quando estás vestida, ninguém imagina os mundos que escondes sob as tuas roupas.
(Assim, quando é dia, não temos noção dos astros que luzem no profundo céu.
Mas a noite é nua, e, nua na noite, palpitam teus mundos e os mundos da noite.
Brilham teus joelhos, brilha o teu umbigo, brilha toda a tua lira abdominal.
Teus exíguos - como na rijeza do tronco robusto dois frutos pequenos -brilham.)
Ah, teus seios! Teus duros mamilos! Teu dorso! Teus flancos! Ah, tuas espáduas!
Se nua, teus olhos ficam nus também: Teu olhar, mais longe, mais lento, mais líquido.
Então, dentro deles, bóio, nado, salto baixo num mergulho perpendicular.
Baixo até o mais fundo de teu ser, lá onde me sorri tu'alma
Nua, nua, nua...
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