Não procuro mais, não penso mais, sigo-me. Encontro-me ao olhar para o mar, devolvo-me ao pegar na caneta e ao fazer dela a espada com que me resgato e combato pelo que sou, pelo que sinto. Ainda que doa. Ainda que não entendas. E em cada dia, página branca e pura, derramo-me em azuis. E, sempre com a cabeça levantada, percorro os caminhos da memória e volto mais forte. Não minto, nem com as palavras nem com os olhos. Que me leia quem me souber ler.
terça-feira, junho 09, 2009
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2 Comenta aí po!:
Isso é poesia...
Escrever assim, dessa forma, é "mourejar".
Valeu, Fabrício!
Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.
Fernando Pessoa
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