Há noites assim, em que o tempo para à nossa frente... e nos interroga se continuamos a corrida ou nos visitamos no passado. E nem o olhamos, a ele, ao tempo, ilusionista sedutor, nas suas permanentes e incandescentes tentativas de tornar o todo num nada. Porque tudo muda, tudo é fluido e frágil... sim, eu sei, e se eu quiser revisitar-me? Se quiser refugiar-me num daqueles dias em que a felicidade escapou aos olhos alheios e perecíveis? Se decidir voltar até mim, ao momento em que me despedi das flores dos dias que tomavam forma num rosto e num nome? E se decretar que a partir de hoje vou espalhando pelo caminho as esperanças de um beijo esquecido nos patamares cá dentro, a que costumam chamar alma? E se declarar que abrirei os braços a rios ébrios de afetos... até nunca me querer saciar? E se te desafiar, tempo, a descobrires todas as vontades depositadas pelos meus olhos em cofres e baús de anjos-poetas?
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As almas comandam os dias, mas ainda mais as noites. Não tu, tempo. As almas!!! Quando o rasgar da saudade se sente a cada instante nos ombros que anseiam por uma carícia...
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