segunda-feira, agosto 10, 2009

A estrada da certeza

Tinha aprendido que o caminho da certeza se fazia sem complacência nem quebra de vontade. Só lhe faltava a noção exata da medida do amor, para lá das roupagens espúrias, das distâncias impostas, da intransponível barreira da reserva cultivada a frio, e por tudo isso ainda tinha pronto o cavalo do medo para fugir sem demora, a entrega total negada como condição de sobrevivência. Ensaiou a fuga uma última vez, a propósito de (quase) nada, mas o caminho desfez-se ante os seus olhos espantados, turvos pelas vagas que lavavam tanto passado inútil. Olhando na noite impossível para um ponto distante em algum lugar ao norte, ainda viu derreter-se o muro que a isolava de si, dissipado em nuvem e logo tornado verde esmeralda, vértice da lua cheia na maré de todas as madrugadas.

2 Comenta aí po!:

Amanda disse...

Gente, o que é isso? É pra ser entendido?!rs
Sem brincadeira, gostei bastante da linguagem, é seu?
Abraços

Fabrício Sales disse...

Sim Amanda, é meu sim. rsrsrs, nem parece.
Em relaçãoa ser intendido, nem sei, mas pode não ser, entende? rsrs. Bjos e saudades!!!