sexta-feira, janeiro 29, 2010

AMOR e desAMOR

Todos...
Todos nós esperamos que o AMOR nos aconteça e nos envolva e nos torne naqueles seres especiais, iluminados, de que milhares de canções, de poemas e de palavras soltas falam. Acreditamos que o Amor é redentor, que tudo limpa, recicla: os encontros e desencontros na vida, que nos abriram feridas e deixaram cicatrizes... os desamores.

Acreditamos que o Amor é o sentido último de todas as coisas e nele encontraremos refúgio e abrigo, tranquilidade e emoção, uma casa no cimo de uma falésia contemplando a vida e um abraço quente e feliz.

Acreditamos que o Amor é corporalizado, que vive numa outra pessoa que tem um toque mais doce, um encaixe mais compatível, um olhar em que se pode mergulhar, um sorriso que nos devolve a serenidade, a confiança e a convicção de que tudo vale a pena.

Acreditamos que o Amor é perene, intenso, grandioso e incondicional.

Do Amor fazemos o lugar derradeiro da esperança e da celebração da vida.
É ele que esperamos, é ele que nos dará brilho, é ele que nos endeusará e nos fará conhecer a transcendência.

Do Amor, esse estado de graça, essa loucura privada... espera-se tudo.

Parece que o Amor, esse imenso Amor a que se aspira, que tudo justifica... é mesmo mágico.

Esperamos, todos, ser envolvidos nessa magia. Mesmo que por um breve e (e)terno momento.

Esperamos...

quarta-feira, janeiro 20, 2010

A CAIXINHA DA CONFIANÇA CEGA...

É perturbador encontrar um amigo íntimo que nos desleixou a amizade. Porque a velha química de novo se põe em marcha e a conversa flui. Como se não passasse do capítulo seguinte num livro feito de muitas noites, bastantes copos, alguns amores e duas pessoas a céu aberto. Mas não é verdade. O coração abre-se; como ele o caixote das recordações e a caixa dos afetos. Mas a caixinha da confiança cega, no interior de todo o resto, permanece intransigente. A chave apodreceu, de tanto esperar...

É muito bom o reencontro! Mas se voltarmos a viajar juntos cada um dormirá no seu quarto. E encontrar-nos-emos de manhã, na sala do pequeno-almoço, como os excursionistas japoneses, delicados e munidos das suas máquinas fotográficas. Porque a amizade, quando mostra as garras, furiosa por ter sido desperdiçada, pode revelar-se bem mais severa do que o amor.
(Júlio Machado Vaz - médico português)
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Discordo com essa teoria.
Por vezes, Júlio, por vezes... a caixinha da confiança cega implora que a abramos... e, nas nossas mãos vazias, refaz-se a chave...

Por vezes, Júlio, por vezes... a saudade agarra-se à pele como uma medusa. Quando pensamos que já não está lá, o ardor escarlate leva-nos à sua presença. E nós, súbditos da memória, insistimos em não aceitar o que já está escolhido. Ninguém esquece só porque lhe apetece, ou porque deveria ser assim.

Há chaves que nunca apodrecem, nunca se perdem.

São essas que nos seguram à vida. Com um sorriso, como quando se chega a um cruzamento de delícias... onde todos os caminhos vão dar ao abraço do reencontro incondicional.
A Amizade, Júlio, a amizade tem asas especiais, capazes de voar para trás.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Sou Professor, sou historiador

Não foi 11 de setembro a minha colação como eu queria, mas ocorreu no 11 de janeiro.

E como eu disse no meu discurso, é fui o orador da turma rsrrs, nas palavras do pastor Martin luther King: “Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito... Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos ser, graças a Deus, não somos o que éramos.” E seremos ainda melhores amanhã.
VALEU... Valeu o sorriso nos corredores. Valeram as discórdias, as críticas, os abraços e as vezes que tivemos de nos afastar. Valeram as novidades, os conhecimentos obtidos, os prazeres e as dores que tivemos. Valeram os filhos que vieram, os amores que também vieram e os amores que se foram. Agora, planta entre nós, como sempre faz o tempo, os indícios de uma separação. Levaremos de todos as lembranças da convivência, os mistérios do que não se revelou e o desejo de reencontros. Que o sucesso seja para cada um a ponta de um emaranhado de possibilidades, que já vemos surgir. Hoje somos um pouco das coisas boas de cada um de nós.

terça-feira, janeiro 05, 2010

Não tenhas medo...

Não tenhas medo de voltar a acreditar. Tristes são os fins, nunca os inícios. O Amor, não o temas. Ele é espada afiada, mas não contra ti. Pousa a tua mão, devagar, sobre o respirar da noite e sente, no silêncio, entre ecos de luas azuis, os nomes que te desenham as memórias: um poema, uma canção, uma cidade, um rio, uma cor, um mês, um abraço. Nomes. Em ti. Como uma rede de veias nas ruas do teu corpo. A vida nunca foi só inverno, lembras-te? Nunca foi só bruma e desamparo. Se bem que chova ainda, não te importes, não tenhas medo. Ousa. É a tempestade que faz ruir os muros. Deixa o teu coração ser solo sagrado para um amor-perfeito. Como um poema açucarado bebido num beijo. Hão-de pedir-to quando chegar o tempo das cerejas e das amoras. Ou antes. Não tenhas medo de voltar a acreditar... e sopra-me ao ouvido o que responderias se te dissesse 'Eu acredito...', com a certeza dos veleiros que levam os sonhos para o mar.